Por Rafael Barioni

É fato que a “tecnologia” reinventa tudo o que o homem conhece!

Acontece contigo, um familiar, um amigo, enfim, as pessoas se relacionam, compram, vendem, estudam e trabalham de uma forma diferente do que ocorria em outras décadas.

E é claro que tudo isso afeta a forma como a gestão atua perante a sua equipe. Não raro, as pautas das reuniões com a equipe – internas ou com os clientes – são sobre a criação de documentos, links, armazenamento em nuvem, permissões de acesso, logs, geração e disponibilização de relatórios dinâmicos, dentre outros.

Basta abrir o celular para se deparar com uma amplitude de programas criados especificamente para atender às demandas, tais quais: softwares de controle de finanças, materiais, logística, planejamento, publicações, jurisprudências, bibliotecas virtuais e por aí vai.

E não somente no celular: um sem-número de equipamentos como tablets, telas com sensor touchscreen, internet das coisas, inteligência artificial, serviços de música streaming, uso de redes sociais e canais de TV on-line, alteram a nossa forma de se comunicar, de se relacionar e de fazer negócios, impactando, sem sombra de dúvidas, na interação entre líderes e liderados.

Com efeito, as expansões tecnológicas, ainda mais aceleradas por conta da necessidade do home office decorrente da pandemia que assola o planeta, contribuem para o desenvolvimento dos processos de gestão, aperfeiçoam produtos e serviços, otimizam negócios, processos e a própria teoria da informação.

No entanto, se por um lado a era digital proporciona uma incontestável evolução, por outro, a combinação entre imediatismo e o distanciamento, interagidas através de plataformas, softwares, e-mails e whatsapp, tornaram o desafio da liderança ainda mais complexa frente a dificuldade de reconhecer, através de telas, padrões de comportamento que afetam a motivação humana que por sua vez é capaz de desvirtuar os propósitos dos envolvidos em um projeto, eis que estes são dotados de anseios, angustias e expectativas.

Ou seja, alguns dos sentimentos cuja identificação por parte de um bom líder acontece única e exclusivamente por meio da interação pessoal e o famoso “olho no olho”.

Enfim, se por um lado a gestão moderna é realizada por meio de gráficos e relatórios precisos e frios, por outro os colaboradores, mesmo que de modo remoto e, em muitas ocasiões com cronômetro acionado, ganharam mais autonomia e participação nas decisões. Fato é que a gestão, principalmente quando se fala em qualidade da comunicação, precisa estar atenta visando evitar a construção de uma futura sociedade doente, insensível, incapaz de trazer soluções e, por sua vez, gerar valor.

Rafael Barioni

Sobre o autor:

Dr. Rafael Barioni, graduado em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito de França, Gestão Financeira e Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Moura Lacerda de Ribeirão Preto, pós graduando em Jurimetria aplicada ao Direito pela Unyleya de Brasília, sócio do Escritório Sanchez & Sanchez Sociedade de Advogados, presidente da Comissão de Direito Digital, Internet e Tecnologia Jurídica da OAB/RP, membro da Comissão de Direito Digital da OAB/SP e representante local da Associação Brasileira de LawTechs e LegalTechs.