Por Rafael Barioni
O Direito sempre caminhou junto com a transformação da sociedade. E agora, mais uma vez, estamos diante de um novo ponto de virada: a presença cada vez mais concreta da Inteligência Artificial em nossas práticas jurídicas.
É inegável que a IA já amplia nossa capacidade de resposta, traz mais agilidade aos fluxos processuais e libera tempo para que profissionais do Direito se dediquem ao que realmente importa: a estratégia, a escuta ativa e a construção de soluções consistentes. O poder de analisar grandes volumes de dados com precisão e rapidez é uma das maiores promessas desse avanço tecnológico.
Mas justamente por isso, cresce também a responsabilidade de quem implementa. O risco não está na IA em si, mas em seu uso apressado, descontextualizado ou sem critérios. Uma aplicação mal calibrada pode distanciar o jurídico de sua função essencial: promover equilíbrio, mediar realidades e preservar a confiança nas instituições.
A tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas é o nosso olhar humano, técnico e comprometido que garante que ela sirva aos nossos valores — e não o contrário.
Na prática, o uso responsável da IA requer critérios claros, governança de dados, revisão constante de algoritmos e, sobretudo, um time capacitado para avaliar os limites e potenciais de cada recurso. Ferramentas como triagem automatizada de processos, análise preditiva de risco, redação assistida de peças e jurimetria já fazem parte da rotina de escritórios e departamentos jurídicos modernos. Mas, para além da eficiência, o impacto mais profundo está na capacidade de tomar decisões com mais base, segurança e assertividade.
Sobre o autor:

Dr. Rafael Barioni – Sócio do Escritório Sanchez & Sanchez Sociedade de Advogados
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